A vacinação em pacientes imunossuprimidos, em virtude de doenças ou tratamentos, é assunto complexo que sempre desperta discussões. Com o surto recente de febre amarela, o tema retorna e com ele inúmeras dúvidas na prática clínica. Dessa forma, resolvemos selecionar e reproduzir as breves observações que se seguem.
Obviamente esta leitura não substitui o estudo frequente dos “guidelines” oficiais; pretende, ao contrário, despertar o interesse por mais um assunto essencial para o reumatologista.
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MMCDsc = medicamentos modifi cadores do curso da doença sintéticos comuns; se = sintético alvo específi co; b = biológicos; SSZ = sulfassalasina; MTX = metotrexato; HCQ = hidroxicloroquina. *Fonte: Vacinação para a Febre Amarela (VFA) em pacientes com Doenças Reumáticas Imunomediadas (DRIM).
Nota Técnica Conjunta da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). Janeiro de 2018.
PARA FICAR NA MEMÓRIA…
ATENÇÃO! NOS CONSULTÓRIOS E AMBULATÓRIOS LEMBREM–SE DE AVALIAR O STATUS VACINAL DOS PACIENTES CANDIDATOS A IMUNOSSUPRESSÃO. IDEALMENTE, ATUALIZAR O CARTÃO VACINAL ANTES DO TRATAMENTO.
Observações importantes
1) Para as vacinas vivas atenuadas não injetáveis (poliomielite oral e rotavírus), pode-se seguir qualquer intervalo desejado.
2) A aplicação simultânea das vacinas febre amarela e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) pode provocar interferência imunológica, levando a menor resposta da vacina febre amarela. Devem, portanto, ser aplicadas, de preferência, com intervalo de quatro semanas. Em situações de risco aumentado de infecção, quando não for possível aguardar, deve-se optar pela aplicação no mesmo dia. (Fonte: Guia de Imunização SBIm/SBI – HIV/Aids, 2016-2017)
“CONTRAINDIQUEI A VACINA X PARA MEU PACIENTE, MAS ELE VAI VIAJAR PARA O EXTERIOR. O PAÍS DE DESTINO EXIGE O USO DA VACINA X. O QUE FAZER?”
Acesse o site www.anvisa.gov/viajante onde existem informações e o modelo de atestado de isenção.
Vacinação contra febre amarela
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em parceria com outras especialidades (Infectologia, Medicina Tropical, Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e representantes de grupo de pacientes, emitiu uma Nota Técnica sobre vacinação para a Febre Amarela (VFA) em pacientes com Doenças Reumáticas Imunomediadas (DRIM). Abaixo, reproduzimos um breve resumo das recomendações principais.
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Observação sobre dose fracionada: Com base nos conhecimentos atuais, não há nenhuma evidência de que doses fracionadas sejam mais seguras do que a dose padrão.
Referências bibliográficas
1. PERRY, L. M.; WINTHROP, K. L.; CURTIS, J. R. Vaccinations for rheumatoid arthritis. Curr Rheumatol Rep., 16(8): 431, 2014. DOI: 10.1007/ s11926-014-0431-x.
2. VAN ASSEN, S.; AGMON-LEVIN, N.; ELKAYAM, O.; CERVERA, R; DORAN, M. F.; DOUGADOS, M. et al. EULAR recommendations for vaccination in adult patients with autoimmune inflammatory rheumatic diseases. Ann Rheum Dis., 70(3):414-22, 2011. DOI: 10.1136/ard.2010.137216.
3. VAN ASSEN, S.; BIJL, M. Immunization of patients with autoimmune inflammatory rheumatic diseases (the EULAR recommendations). Lupus., 21(2):162-7, 2012. DOI: 10.1177/0961203311429555.
4. GUIA DE IMUNIZAÇÃO, SBIm/SBI – HIV/Aids, 2016-2017.
5. VACINAÇÃO para a Febre Amarela (VFA) em pacientes com Doenças Reumáticas Imunomediadas (DRIM). Nota Técnica Conjunta da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). Jan. 2018.
Dra Ana Paula Gomides
Mestrado e doutoranda em Ciências Médicas, Universidade de Brasília (UnB)
Docente do Centro Universitário de Brasília (UniCeub)
Reumatologista colaboradora do HuB-UnB
Membro da Comissão de Artrite Reumatoide da SBR.
Profa. Dra. Gecilmara Salviato Pileggi
Responsável cientifica de projetos acadêmicos
Unidade de Pesquisa Clínica (UPC)
Hospital das Clínicas FMRP-USP
Membro da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da SBR