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CAPITA L REUMATO
pacientes, pois percebem que sua dor e fadiga pioram quando começam
a se exercitar. Assim, é importante que o programa de atividade física seja
individualizado e respeite a capacidade funcional do paciente, e que sua
“intensidade” seja aumentada gradativamente, proporcionando melhor
adesão ao tratamento. A modalidade deve ser baseada na preferência
do paciente e na presença de outras comorbidades. Outras modalidades
de exercício mostraram algum benefício na fibromialgia, como o tai
chi e a ioga, exercícios de fortalecimento muscular e em menor grau de
alongamento.
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A abordagem das alterações do humor ou distúrbios psiquiátricos
com suporte psicológico e psiquiátrico facilita a terapêutica e a melhora
clínica. Uma considerável porcentagem destes paciente apresentam
quadros de catastrofização, que afetam negativamente a adesão ao
tratamento e contribuem para piora da dor e demais sintomas. Para
estes casos, a terapia cognitiva comportamental (TCC) demais terapias
corpo-mente podem trazer benefícios, revertendo o comportamento
mal adaptativo para com a doença crônica.
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Nos últimos tem surgido evidencias sobre a eficácia da eletroterapia
no manejo da dor relacionada à fibromialgia. Estas técnicas são não
invasivas e estão relacionadas a poucos efeitos colaterais. A Estimulação
Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC ) parece ser uma
intervenção segura, quando aplicada na região do córtex motor primário
esquerdo, com potencial de diminuir a intensidade da dor. No entanto,
são necessários mais estudos experimentais para conhecer exatamente
os mecanismos cerebrais que influenciam estes resultados bem como
determinar alvos neurais mais eficazes e os parâmetros de estimulação
adequados.
5,6
O emprego de medicamentos em pacientes com fibromialgia
tem como principal objetivo o controle da dor e demais sintomas.
Os fármacos devem ser utilizados com muita parcimônia, pois estes
doentes apresentam uma sensibilidade maior para seus efeitos
colaterais. Geralmente iniciamos o tratamento com doses reduzidas
e a aumentamos gradualmente, conforme a tolerância do paciente. A
associação de fármacos, as vezes em doses menores as que utilizadas
na prática diária é frequente. Os medicamentos mais utilizados na
fibromialgia são os antidepressivos e os neuromoduladores.
Os antidepressivos atuam aumentando a disponibilidade
de serotonina e noradrenalina no tecido cerebral, melhorando a
performance do trato descendente inibitório de dor. Fazem parte deste
grupo os antidepressivos tricíclicos, os duais, e os inibidores específicos
de recaptação de serotonina.
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