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CAPITA L REUMATO
humanidades medicas
DRA. ANA PAULA GOMIDES
Reumatologista com área de atuação em Dor pela Associação Médica Brasileira.
Mestrado e Doutorado pela Universidade de Brasília-UnB.
Professora titular do Centro Universitário de Brasília.
Membro das Comissões de dor, fibromialgia, reumatismos de partes moles e
artrite reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
QUANDO A DOR
BATE NA PORTA DO
REUMATOLOGISTA
A dor é o sintoma mais frequente das doenças musculoesqueléticas
e a maior motivação para o paciente procurar atendimento com um
reumatologista. Este sintoma sempre baterá à nossa porta, por isso
todas as reflexões e debates sobre o tema são válidos e necessários.
COMO O REUMATOLOGISTA ENCARA A ABORDAGEM
DA DOR CRôNICA ATUALMENTE?
Esta é uma pergunta interessante para esta breve discussão.
Sabemos que a maioria dos reumatologistas se sente confortável na
abordagem da dor inflamatória decorrente de uma doença imunomediada.
Somos especialistas interessados, empáticos e engajados no tratamento de
uma paciente jovem com um quadro de lúpus eritematoso sistêmico ou de
um paciente com artrite reumatoide exuberante, por exemplo. As múltiplas
faces de doenças causadas por alterações do sistema imune nos encantam
e na maioria das vezes foram o chamariz para nossa escolha da área de
atuação. Mas será que todo o nosso interesse teórico e nossos esforços
na prática clínica se mantém com aqueles pacientes que apresentam dor
crônica não inflamatória ou de causa indeterminada? Provavelmente não.
Vemos que um grande número de médicos não tem disposição e às
vezes apresentam nítido descontentamento em atender casos cuja dor
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